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averia acabado de relatar seu relatório de outrora, afim de finalizar sua missão, entretanto ao termino da sessão oratória, seu cérebro iniciou um processo neural incomum, o corpo todo do geminiano estremeceu, em dúvidas concretas, Amon repousou-se sobre o chão, contorcendo-se. Em seu subconsciente, certamente haveria de saber que era obra de Kiriyama, entretanto de nada adiantaria saber daquele fato, agora, o santo de ouro, lutava contra si mesmo, em uma batalha imensa, contra seu eu maligno.
Sua cosmo energia enegrecida expurgou-se de seu corpo, sua coloração normal, deu lugar a um tom pálido epidérmico, que denotava tamanha atenção, devido à cena horrífera. Em poucos segundo Amon sucumbiu, sua face maligna agora era a dominante, certamente, estava recluso no mais inóspito local de sua mente, onde sua face maligna residia em outrora.
De fato, era um lugar inanimado, desprovido de luz, era um campo vasto e plano de solidão, onde residia apenas Amon. De fato, a única luz proveniente daquela localidade era a de sua armadura aurífera, que agora, de certa forma, também emitia alguns raios enegrecidos, talvez, devido ao infortúnio da face maligna. Fortes dores psíquicas Amon haveria de sofrer, era incomum ao rapaz, por isso surtiu um efeito tão inesperado. Deveras triste estava o geminiano, havia subestimado Kiriyama e agora encontrava-se em luta contra seu eu interior, certamente, os anseios da solidão o aguardavam e este estava declinado a repousar-se sobre esse sentimento. Era facto que nesse instante Amon, estava tristonha, sentado em um canto isolado daquela cena fúnebre, seu subconsciente trabalhava de acordo bilateral entre as faces, todavia era a face maligna que dominava neste instante, logo ignorava quaisquer que fossem os anseios de Amon, agora que estava liberta, poderia fazer o que quiser. Apesar da técnica de Kiriyama, certamente ele não poderia controlar a face oposta do geminiano, no entanto, era evidente que ele sabia certamente os objetivos da face, seria uma igual, se não igual, parecida.
Pensativo a respeito de como sair daquela situação, trabalhava em acordo com sua parte lógica racional, entretanto nunca haviam se deparado com aquela situação, sozinho, talvez fosse impossível, até que um brilho ascendeu. Em primeiro ato, achou que era uma ilusão, entretanto logo tratou de ouvir a sonoridade amigável da voz em questão, de fato, ressoava como um ser aliado, apesar talvez, inanimado.
- O segredo para escapar dos horrores dessa técnica é ter fé em seus objetivos. A vontade de proteger Atena lhe guiará até o brilho da bondade. A base do Satã Imperial é as incertezas e os desejos malignos presentes no coração de cada um. Você tem que se livrar das amarras que lhe prende a esses infortúnios. Aquela voz ecoava pela cabeça do geminiano, revia a cada segundo, as informações transpassadas para este, certamente teria de traçar uma estratégia perfeita para sair daquela situação, a estratégia era evidente, seria propriamente blindar-se das incertezas e os desejos de caráter maligno. Neste instante, pensativo estava, havia alguma forma de livrar-se daquela situação? Livras os desejos e incerteza? Era algo praticamente impossível, mesmo para um cavaleiro de elite, certamente era duvidoso que pudesse sair daquela situação, todavia reclusou-se, como sair de uma situação de dúvida, se você tem dúvidas que possa sair? O primeiro passo então seria acreditar.
Apesar de não saber como, o determinismo de Amon em sair daquela situação falou mais alto, logo as dúvidas começaram a declinar-se sobre aquele assunto. O geminiano usou seu ego “grandioso” para enaltecer suas melhores características, certamente isso haveria de ajudar. Em instantes, o primeiro passo foi concluído, todavia ainda restava os desejos malignos, como livrar-se daquele sentimento, sentir ódio de algo, é algo inerente ao ser humano, como ganhar de algo que está atrelado a si?
Regrediu, no entanto, usaria desta maneira para alavancar seu ímpeto em sair daquela situação emergencial. Inicialmente pensou na bondade humana, todavia não surtiu o efeito desejado, então logo teve de mudar de rumo. Pensou no óbvio, Atena, sua deusa protetora, certamente ela precisaria deste para garantir a paz no mundo, havia se aliado a deusa, exatamente para carregar este fardo. Lembrou-se que queria ser o pontífice dos geminianos, aquele que conseguiu dominar a sua face oculta, lembrado como aquele portador da paz, não só interior, como também exterior. Neste instante, reluziu em si, a luz dourada de outrem, aqueles raios enegrecidos agora deixaram de habitar a armadura geminiano, lentamente Amon retornava-se à posição dominante de outrem, no entanto, ainda faltava uma fração de força, que logo encontrou-a, dizendo as palavras certas no momento certo.
- Meu nome é Amon! E eu serei lembrado pela minha determinação em sempre tentar dar o melhor de mim, para proteger aqueles que eu acredito! – Exclamava, retornando ao seu corpo, que neste instante reclusou-se novamente aos chãos. Seus olhos retornavam à coloração normal, assim como sua derme. Aquele cosmo enegrecido sumiu por completo, dando retorno ao cosmo grandioso e bondoso do jovem guerreiro Ateniense, era fato, o verdadeiro Amon havia retornado. Reconhecendo seu erro, Amon recurvou-se sobre o Grande Mestre e clamou por seu perdão, não era sua culpa, entretanto não deveria ser fraco para tal ato.
- Peço perdão Grande Mestre! Infelizmente eu fracassei! Não existem palavras que possam amenizar a minha dor neste instante, saber que não fui forte o suficiente para lutar contra mim mesmo, certamente é algo digno de pena. – Dizia as palavras com profundo pesar, todavia logo demonstrou uma felicidade em seu rosto, revolvendo-se com um sorriso simpático.
– Mas, eu não irei mais fracassar! Certamente, esse foi só um passo para um engrandecimento pessoal, ainda mantenho meu pedido de perdão!